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A iniciativa que já acontece no Reino Unido e na África, a Africa Fashion Week (AFW Brasil) ocorre pela primeira vez no país, no Expo Center Norte, em São Paulo. A partir desta quinta-feira (25) até o dia 27 de maio de 2023, o local recebe desfiles de moda, mas também exposição de produtos e serviços nas áreas de vestuário, decoração, beleza, turismo e gastronomia.
Movimento global fundado pela empresária e especialista em moda nigeriana Ronke Ademiluyi Ogunwusi, objetiva também dar apoio ao empreendedorismo negro, explica a realizadora do AFW Brasil, Silvana Saraiva. “No evento trazemos designers, mas também traz os empreendedores pretos para que eles possam alavancar e inclusive internacionalizar seus negócios, o AFW é um instrumento de combate ao racismo estrutural que ainda hoje está ativo na estrutura social do Brasil”, comenta Silvana, presidente mundial do Instituto Internacional Feafro e da Câmara de Comércio Brasil África.
Segundo a organizadora, a AFW Brasil visa valorizar a diversidade cultural, combater o racismo e fomentar a integração do Brasil com o continente africano. “Não só porque temos 54% da população preta, mas também porque temos a similaridade cultural. A AFW Brasil abre um leque de oportunidades de internacionalização de empresas e também de comércio exterior, porque a África hoje está em diversificação econômica, com toda a cadeia do setor têxtil. E isso também faz com que outros setores da economia brasileira voltem seu olhar para o continente africano e ajuda a compreender melhor os interesses, os desejos e os anseios do consumidor preto brasileiro”.
A moda, destaca Silvana, é um instrumento de combate ao racismo. “A moda passa a ser um instrumento reacionário de combate ao racismo, porque até hoje a moda ainda é euro centrada. A ideia é trazer uma nova ideia não só de design e estética, mas de modelagem que esteja mais alinhado com o corpo principalmente do afro-brasileiro, do povo negro brasileiro”.
Presentes na AFW Brasil, Meninos Rei, é uma marca de moda baiana assinada pelos irmãos Céu Rocha e Júnior Rocha. A marca nasceu em 2015 e tem origem no Subúrbio Ferroviário (Salvador), carregando a cultura da periferia da cidade, evidenciando hábitos, costumes, música e identidade.
Criada para quebrar padrões eurocêntricos, a Meninos Rei cresceu com seus tecidos africanos, mix de estampas, cores fortes, modelagens modernas e volumes. As referências ancestrais estão imprimidas nas peças, que despertam uma consciência de aceitação e valorização da identidade negra.
“Vamos apresentar na AFW Brasil looks com estampa exclusiva. Esse evento traz 17 marcas da África e apenas quatro marcas do Brasil e fomos selecionados, teve uma curadoria muito forte e passamos nessa curadoria, então a gente precisa mostrar a nossa modelagem novas e estampas exclusivas com a cara da Meninos Rei”, disseram os irmãos Rocha.
Os estilistas explicam quais aspectos simbólicos estão presentes na moda de design africano. “O tecido africano é muito rico, é um tecido muito forte que carrega muitos códigos, com os aspectos simbólicos como os do candomblé, todos esses códigos sempre estiveram presentes. A empresa Meninos do Rei apresenta esse tecido de outra forma, com outra linguagem, com a nossa cara, nossa modernidade, nossa ousadia. Nessa coleção apresentamos uma modelagem muito mais moderna, misturando mesmo o pop”.
Autora da pesquisa de mestrado Moda Afro-Brasileira, design de resistência: o vestir como ação política, a pesquisadora e designer de moda Maria do Carmo Paulino dos Santos explica que a moda afro-brasileira é um instrumento contra o racismo, porque, carrega em seu bojo a luta de resistência da população negra.
“Essa moda ressignifica conceitos, tradições, comportamentos e modos de vida. Essa moda vem das periferias, vem dos terreiros, vem dos quilombos, vem das marchas e das manifestações de resistência negra. Essa moda é criada por pessoas pretas que querem ver nas passarelas a representação da sua estética negra, do seu cabelo crespo, dos seus traços negroides (grupo de pessoas que têm sua origem na África): caras pretas, peles retintas, nariz e lábios largos, e cabelos crespos”, explicou.
Para a pesquisadora, eventos como o África Fashion Week (da Nigéria) , o são importantes para valorizar a imensa comunidade de imigrantes africanos no Brasil, de diversos países do continente africano: Angola, Nigeria, Gana, Guiné Bissau, Togo, Costa do Marfim, Moçambique, Namíbia, África do Sul, etc.
“Nestes últimos anos acompanhamos a movimentação forte e crescente de africanos vindos destes lugares, afim de comercializarem produtos têxteis. Uns trazem tecidos afros para vender, outros compram vestuário para revender em seus países de origem, e ainda tem muitos que aqui ficaram e viram uma oportunidade para empreender e revender seus produtos de moda na região do Brás, do Bom Retiro, e na Praça da República em São Paulo”, diz pesquisadora da Moda Afro-Brasileira.
Maria do Carmo cita outros eventos importantes, como a Feira Preta, que “há 20 anos é o maior festival de cultura e afro-empreendedorismo da América Latina. Temos também a ExpoFavela que veio para fortalecer o empreendedorismo que já é potente nas favelas das periferias brasileiras. Vejo que todos estes eventos caminham para diminuir as desigualdades sociais e raciais que ainda assolam este território preto e indígena que é o Brasil”.
A cerimônia oficial de abertura dos desfiles será às 19h desta quinta-feira (25). Durante os três dias do evento, 25 a 27 de maio, pela manhã e à tarde, o AFW Brasil realizará exposição de produtos e serviços nas áreas de vestuário, decoração, beleza, turismo, gastronomia e bem-estar, além de rodadas de negócios com a participação de investidores brasileiros e estrangeiros previamente inscritos no site. A entrada é gratuita e as inscrições podem ser feitas por e-mail.
A AFW Brasil acontece na mesma semana da São Paulo Fashion Week, mais importante evento de moda da América Latina. Segundo a organizadora da AFW Brasil, é uma coincidência. “Marcamos dia 25 de maio porque é o Dia Mundial da África, o Africa Day. Não sabíamos que São Paulo Fashion Week aconteceria na mesma semana. Quem ganha é a cidade de São Paulo que vai respirar moda nesses dias, tanto do São Paulo Fashion Week como da Africa Fashion Week”, comemora.
A AFW Brasil conta com a presença do baiano Carlos Cruz, modelo internacional, que é o vice-diretor da semana AFW Brasil, responsável pela produção dos desfiles e castings, mais conhecido como Rei da Favela (nome adotado para homenagear o avô), e inspiração para os pretos mais jovens.
Edição: Valéria Aguiar
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